O amigo e companheiro Leopoldo Vieira publicou em seu blog no dia 25 de janeiro um texto sobre minha indicação para a Coordenadoria de Juventude do Governo do Estado do RS com o seguinte título “Rebeldia e ousadia seriam boas nessa hora”.
Com um pequeno texto dizendo ter informações dos seus “amigos gaúchos”, Leopoldo revela que não lhe informaram toda a complexidade deste debate que aconteceu aqui, além de apresentar graves equívocos.
Leopoldo não foi informado ou omite todo o processo de discussão e construção de uma proposta das juventudes partidárias (depois de várias reuniões) sobre o diagnóstico da situação das políticas de juventude no RS, do papel de uma coordenadoria de juventude e seus desafios, que foi entregue, à época, para a equipe de transição do atual Governo. Da mesma forma, ignora ou omite as tentativas que fizemos para apresentar a tal proposta ao Governador Tarso Genro, apesar dos diálogos com seu Chefe de Gabinete, o companheiro Vinícius Wu. Esse processo todo foi protagonizado pela juventude do PT do RS - da qual ainda sou o Secretário Estadual - a qual convocou, reuniu e estimulou as demais juventudes partidárias a participarem da construção de uma Política Estadual de Juventude no Governo Tarso Genro.
Leopoldo ainda erra o alvo de suas críticas, pois ao invés de tentar desconstituir a tentativa de construção de uma Política de Juventude no RS, deveria mirar suas armas no núcleo de direção do Governo do Estado que tomou uma decisão política em colocar a Coordenadoria de Juventude na Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos. Essa sua postura beira ao oportunismo quando critica a parte mais fraca da história e ainda dá argumentos para aqueles que não faltarão em dizer que “essa juventude só quer estrutura e não tem política”. Portanto, a postura profundamente equivocada de Leopoldo joga contra à necessidade de fortalecermos, a partir da vida real do Governo Gaúcho, o debate sobre essa temática.
De minha parte, com toda a rebeldia e a ousadia de quem constrói cotidianamente os avanços reais das bandeiras juvenis, só tenho a registrar que fui um dos principais coordenadores da construção da proposta apresentada pelas juventudes partidárias a qual continuo defendendo-a na íntegra. Contudo, com a definição do Governo essa etapa foi vencida e acredito que agora cabe às juventudes fortalecer o espaço que há, inclusive para constituir uma equipe de trabalho na Coordenadoria, abrir uma agenda positiva que seja capaz de incidir na política geral do Governo do RS e criar as condições para reabrir o debate sobre o desenho institucional que o órgão de juventude deverá ter futuramente.
Assumi esse espaço com esse espírito, convencido que precisamos “provar” por A + B que a Política de Juventude deve ser estratégica para pensar o modelo de desenvolvimento do RS e do Brasil e, para isso, é preciso também fazer esse debate no interior do Governo e ir legitimando o tema com ações, propostas e projetos a fim de acumular cada vez mais força.
Leopoldo comete mais um equívoco ao construir uma contradição entre o fato de ocuparmos esse espaço e o que ele chama “movimento feito até agora pelas demais juventudes para melhorar a proposta do governo”. Isso definitivamente não há, pelo contrário, podem perfeitamente ser complementares. Não há contradição entre ocupar o espaço e continuar a luta para melhorar, ampliar e fortalecer o órgão no governo.
Os desafios são muitos, mas a verdadeira rebeldia e ousadia estão exatamente em se dispor a iniciar e construir a legitimidade de uma política tão importante para as novas gerações gaúchas e não se perder naquilo que não deve ser a prioridade do debate no momento.
Por fim, creio que as juventudes gaúchas terão o discernimento do que é estratégico nesse momento para acumularmos num curto, médio e longo prazo na Política de Juventude no RS.